“Há, sempre, um limite além do qual a tolerância deixa de ser virtude.”
There is however a limit at which forbearance ceases to be a virtue.
– “Observations” (1769) in “The Works of Edmund Burke” – Vol. I Página 102, de Edmund Burke – Publicado por George Dearborn, 1834
Quando Galileu descobriu as luas orbitando Marte pela luneta, foi correndo para a Igreja, que dominava o Globo, e contou cheio de felicidade a descoberta que revolucionaria o mundo: a Terra é redonda, e somos nós que giramos em torno do Sol ! Mas saiu de lá super desanimado. Afinal, ouviu dos Reis do Mundo o seguinte: isso nós já sabíamos, o que nós não sabemos ainda, é se você vai querer morrer, ou vai calar essa sua boca enorme.
Hoje, o poder que estava maciçamente concentrado no Clero Católico, está bastante distribuído por nações, empresas, indústrias e outros credos também, contudo, sobraram ainda, 2.000 anos em propriedades, dinheiro vivo e influência política. O bastante para fazer com que qualquer homem que chegue ao posto de Padre, ou Pastor das Igrejas neo-pentecostais, tenha condições de ter muito poder, sobre a vida de muitas pessoas … mas isso não significa ter ‘Autoridade’.
Para ser chamado de Autoridade é fácil. Todo policial, parlamentar, líder religioso, é chamado assim. Contudo, o ‘Professor’, não. E é ele, quem mais tem autoridade de fato. Ele nos educa todo dia, pelos anos mais importantes de nossa formação. E seu poder é legítimo, é verdadeiro. Suas ordens são objetivas – “Toma aqui o conhecimento, e usa.”
O professor nunca nos engana, porque segui um programa, um planejamento de conteúdo, que é exato e humanístico ao mesmo tempo. Contudo, a política, a religião, as polícias e os tribunais, sempre terão pessoas que gostam de ‘Poder’, de dinheiro, e principalmente, de ter autoridade sobre os outros. Pessoas que vão para estes lugares, com o único propósito de se brindar, e usar a Instituição em suas iniquidades. Coisas do Ser Humano.
Apesar de serem locais onde Deus, a justiça, e a verdade deveriam reinar, a história da humanidade nos mostra, que são exatamente nestas instituições, que emergem também, os piores tipos de homens. Os tiranos, mentirosos e opressores. Servos do dinheiro e dos prazeres carnais. Exploradores. Enganadores. Hipócritas de carteirinha – pessoas do Mal.
Quando Edmundo Burke disse pela primeira vez que “a imprensa é o quarto poder” (citado em “Assessoria de Imprensa”; Publicado por Summus Editorial, página 75), tínhamos ali, o nascimento de uma esperança, que hoje, vive nos corações de todas pessoas de Bem do Planeta.
A Tecnologia da Informação veio para transformar nossa realidade, e nenhuma ficção científica moderna sobre o assunto, deveria ser descartada neste momento. Afinal, não sabemos se isso existirá por muito tempo. A liberdade de imprensa, é, e sempre será o maior empecilho para os mau-caráteres detentores do capital. Para que os roubos, e a perpetuação da injustiça se faça, basta calar os oprimidos e a opinião pública toda, através dos veículos de comunicação.
Essa será a incógnita deste século: conseguiremos manter a liberdade de imprensa, que a internet começou a trazer de fato e direito? Conseguiremos pressionar a ‘Grande Mídia’ a noticiarem as verdades chocantes que abalam as estruturas do ‘Poder’? Ou o Jornalismo vai continuar a perder, e ser censurado, como já foi tantas vezes em nossa História? E com a censura, ninguém ficará mais sabendo de nada, de novo. E a verdade sobre as coisas erradas ficarão bem escondidas, outra vez.
Minha opinião pessoal, é que a capacitação das pessoas melhorando, da maneira como está acontecendo, fará com que esse ‘Poder’ esteja cada vez mais fragmentado, como aprendi com Michel Foucault, através de Padre Beto, meu amigo. Ou seja, não podemos dizer ao certo, qual poder terá mais êxito. Contudo, todos nós temos esse ‘Poder’.Por isso, acredito que o Bem Comum vencerá no final – por causa da Corrente do Bem. Porém … sou péssimo de palpites, e nunca ganhei na loteria, e por isso, precisei vencer o medo, e ter fé de que a coragem chegaria. E ela, graças a Deus, de vez em quando aparece. E é nessa hora em que eu faço a diferença, mesmo sozinho, mesmo pequeno e sem dinheiro.
A faculdade de pensar é nossa única arma contra a injustiça social. E aqueles que querem perpetuá-la, também precisam dela, para mover seu poder econômico em suas decisões.
Ora, isso nos leva a entender então que, tudo não passa de um jogo de xadrez gigante, onde nós mesmos somos as peças, e que a qualquer momento, pode acontecer um previsível ‘XEQUE MATE’. E que para sermos os vencedores, não precisamos ser o Rei. Basta ser um Peão.
Contudo, precisamos entrar no tabuleiro. Caso contrário, viramos espectadores de nosso próprio destino. Sem a coragem de pelo menos gritar, ninguém corre atrás do ladrão pra gente.
Paul Sampaio ( redesampaio.com )
“Tudo que é preciso para o triunfo do mal, é que os bons homens não façam nada.”
Fred R. Shapiro e Joseph Epstein (frequentemente atribuída a Edmund Burke mas nunca encontrada em seus escritos)
All that is necessary for the triumph of evil is that good men do nothing
– “The Yale Book of Quotations” – página 116, nota 28, Por Fred R. Shapiro, Joseph Epstein,
Colaborador Joseph Epstein, Publicado por Yale University Press, 2006 ISBN 0300107986, 9780300107982 1067 páginas,
esta citação foi atribuída em “Wash. Post, 22 Jan. 1950″.
Não há nada pior do que ter que engolir a própria arrogância, quando se descobri que tivemos uma chance de não perder nada.
Era só ter aceitado o empate. A ganância continua perdendo seus jogos. E continuará perdendo, até o dia em que se transforme em humildade de verdade.
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