A perda é o vazio. É o buraco no peito.
Parece uma agulhada no pescoço, é o desamparo, o desassossego.
Saber que aquela que amamos se foi, e não volta mais, fere, arromba.
Até que caleja.
Quem já muito perdeu, diz que não sofre da mesma forma que sofria antes, mas sofre também.
Contudo, já começa a encontrar os ganhos, que todas estas experiências dolorosas trazem junto consigo.
Contra as perdas da vida, só mesmo o preparo anterior, nos dá forças para enfrentá-las.
Senão, doe demais. Parece até que vamos morrer. Na verdade, alguns até chegam à desistência.
Contudo, precisamos saber que elas existirão inevitavelmente, e que precisaremos ser fortes na hora que acontecerem.
Só a cabeça e o coração no lugar, fazem a gente ter o guarda-chuva na mão na hora que a água cai.
Por isso é tão importante amar, a todos e tudo que traz coisas boas.
Assim, sempre teremos muitos irmãos e irmãs por aqui para continuarmos amando, quando alguém especial se for.
Só assim, teremos a mesma serenidade e aceitação na perda, como aparentamos ter nos ganhos.
Além do que, nunca haverá um caso de injustiça no Reino de Deus.
Nele, todos são recebidos de acordo com seu merecimento.
E se você só deu amor, então pode se tranquilizar, que é isso exatamente o que você terá depois, na outra dimensão – no plano espiritual.
Senão, comece agora. nunca é tarde demais para começar amar a vida.
Mas não pense em recompensas. O ganho está na jornada, na vida vivida, e na obra deixada.
O Universo não existe para receber parabéns, e sim para ser ocupado com muita qualidade de vida.
Que os anjos a recebam com toda sua paz e delicadeza em sua passagem para o outro plano, Dona Maria.
E ao irmão Padre Beto, que você e toda sua família tenham o privilégio do consolo e o conforto de Deus nesse momento de saudades, e memórias, da pessoa que foi e sempre será, a mulher, a mãe, a filha e irmã Maria Papassoni.
A todos vocês que fizeram parte da História de Vida dela, nosso forte abraço fraterno, e os votos de muita serenidade e força, nessas horas que se seguirão.
Que Deus abençoe a todos nós, e àqueles que amamos.
Assim Seja.
Paul Sampaio, 20 de dezembro de 2014, sábado – 17:38 – 31º
p.s: depois de 13 anos da morte da minha mãe, e de seu velório e enterro, no domingo de Dia das Mães de 2001, assassinada por ladrões quando saía de um caixa eletrônico, eu fui novamente a um velório. E só fui notar isso agora há pouco. Moral da História: tem aí um trauma sendo resolvido, uma recuperação em andamento, e sem dúvida, uma grande amizade como razão.
E o mais incrível, é que estudaram juntas. Foi fantástico ouvir um dia desses de Dona Maria, coisas que nunca tinha ouvido sobre a vida da minha mãe na escola, quando adolescente. Foi demais mesmo.
Que Deus a abençoe, Dona Maria. E claro … encontrando com minha mãe por aí, manda um grande beijo pra ela, e diz que uma hora dessas eu apareço.
CategoriasCorrespondências, Diário, Poesias