“SEM MUDAR O CORAÇÃO, NÃO HÁ LEI QUE RESOLVA” Paul Sampaio
Um terço dos estudantes do sexo masculino diz que estupraria uma mulher se não houvesse consequências

Uma foto de uma aluna do último ano da Columbia, Emma Sulkowicz, que promete levar um colchão em torno do campus até que o homem que supostamente a estuprou deixe a escola.
O estudo destaca a necessidade de uma melhor abordagem na luta contra o assédio sexual e estupro.
Publicado 20 de janeiro de 2015, 12:44 p.m. – Revisado em português por Paul Sampaio em 21/01/2014
A agressão sexual e o estupro são questões que afetam um grande número de estudantes – mas um estudo recente descobriu que muitos estudantes do sexo masculino, não têm conhecimento do que o estupro é realmente.
Em um estudo liderado pela professora Sarah Edwards e publicado na Violence and Gender, 86 estudantes universitários americanos do sexo masculino preencheram várias pesquisas diferentes.
Eles foram convidados a autodenunciar a probabilidade de se envolverem em certos tipos de conduta sexual – desde forçar uma mulher a fazer algo sexual que ela não queira, até o estupro –
”se ninguém jamais souber e não houver nenhuma consequência …”.
Um terço dos participantes (31,7%) disse que forçaria uma mulher a ter relações sexuais em uma “situação sem consequências” – e muitos não rotulariam, ou não reconheceriam suas ações como sendo “estupro”.
Além disso, 13,6% dos participantes disseram que estuprariam uma mulher.

Mark Blinch – Reuters ( no cartaz: estupro não é piada)
Como parte do estudo, os investigadores abordaram o nível de hostilidade que os participantes mostraram em relação às mulheres, e se isso influenciou na evolução dos resultados.
Eles leram para os alunos uma série de afirmações, como ”Eu sinto que muitas mulheres flertam com homens só para provocá-los e prejudicá-los” e ”Fico irritado facilmente com as mulheres”, e fizeram julgamentos das suas respostas, dependendo do quanto eles concordavam ou não.
Os pesquisadores também fizeram perguntas para avaliar os níveis de “hipermasculinidade” dos participantes, como se eles viam o perigo como algo “excitante”, e se consideravam a violência “máscula”.
Os pesquisadores fizeram essas perguntas para determinar a “contribuição de atitudes sexuais insensíveis na probabilidade de cometer agressão sexual”.
O estudo conclui que não existe uma abordagem “igual para todos” para a prevenção da agressão sexual.
O estudo observa que os homens que são hostis com as mulheres não teriam seus comportamentos mudados pelos esforços “básicos” das faculdades, para evitar agressão sexual nos campi.
No entanto, estes esforços podem funcionar com os homens que “endossam força, mas negam estupro”, “desde que o programa de educação possa estabelecer relacionamento e credibilidade com os participantes”.
Os pesquisadores disseram que é importante dissipar a ideia de um “estuprador estereotipado”, já que o grupo que “endossa a força, mas nega o estupro” não se identifica com o comportamento dos estupradores.
A ideia do estereótipo do estuprador poderia levar a programas de prevenção de estupro menos eficazes.
Você pode ler o estudo completo aqui (em inglês).
DICA de CINEMA
Acusados (1h48min)
Sarah Tobias (Jodie Foster) é estuprada em um bar e, ao denunciar a agressão, defronta-se com dois problemas: seus agressores e o sistema penal, no qual as vítimas de estupro são suspeitas em seus próprios casos.
Dirigido por Jonathan Kaplan
Com Jodie Foster, Kelly McGillis, Steven Antin
Gênero Drama
Nacionalidade EUA , Canadá
GALERIA do POST
CategoriasEstudos